Blini

 

A história de blini

Blini, ou panquecas, são bolos finos e planos preparados a partir de massa e fritados em uma frigideira quente – primeiro de um lado e depois se viram para fritar do outro lado.

As origens deste prato tradicional russo, que celebrou recentemente o seu milésimo aniversário, pode ser rastreada até os tempos antigos. Seu antecessor foi feito a partir da geléia de aveia; um viajante faminto que desejou aquecer a mixtura sobre o fogo provavelmente se distraiu com algo, deixando a geléia fritar e criando, assim, o primeiro blin.

Desde então blini mudaram, mas não muito – agora são feitos não só de aveia, mas também de trigo, centeio e cevada.

O sol no seu prato

Em tempos pagãos blini foram feitos para Maslenitsa, também conhecida como "Semana de Manteiga" ou "Semana de Panquecas". E ainda é comemorada durante a última semana antes da Grande Quaresma. Maslenitsa era um festival do sol, comemorando o fim iminente do inverno e a chegada da primavera. Durou uma semana, período em que as pessoas tendiam a comer apenas panquecas. O próprio blin, redondo e dourado, simbolizava o sol. Segundo a tradição, se uma mulher preparar muitas panquecas saborosas, a primavera e o verão trarão uma rica colheita, saúde e sucesso.

Blini podem conter vários recheios – cogumelos, carnes, frutas silvestres, creme de leite, cebola e batatas, peixe, mel, leite condensado, geléia, caviar, queijos, etc.

Tradições associadas com blini

O processo da preparação de panquecas costumava ser longo e misterioso. Em primeiro lugar, uma boa dona de casa fazia a massa esponja de água morna, o fermento e um pouco de farinha. O mero local onde a massa foi preparada era de grande importância – as mulheres partiam para beiras de lago ou bordas de floresta. As primeiras panquecas foram colocadas em janelas para os pobres.

Frigideiras em que blini foram feitos eram de ferro fundido e sem alça. Tais frigideiras eram utilizadas para a preparação de apenas blini; nenhum outro prato poderia ser cozinhado nelas. Blini não queimavam em tais frigideiras, e era possível sacudi-los para o alto e virá-os para outro lado. Na Rússia antiga realizavam-se corridas especiais, onde as pessoas tinham que correr e ao mesmo tempo jogar blini para cima.

Blini em livros

Hoje em dia blini permanecem não só um dos pratos mais rápidos, saborosos e diversificados (devido à grande variedade de recheios), mas também tem muito material escrito sobre eles– e não apenas em livros de culinária. Muitos escritores russos, incluindo Tchekhov, Pushkin e Gogol, tem páginas dedicadas ao prato e até mesmo histórias sobre blini. Eles também aparecem em muitos poemas, canções e provérbios.

Ao longo dos últimos mil anos muita coisa mudou no processo de fazer blini e muitas tradições têm sido associadas a panquecas russas. Mas uma coisa permanece inalterada – esses pequenos símbolos do sol saborosos ainda são amados e populares em vários cantos do mundo.